ONDE TUDO ISSO VAI TERMINAR?
Dia 16 de abril de 2009. Esse foi o dia em que eu comecei a correr. E por que comecei? Porque sempre que via alguém correndo, ficava maravilhada com aquilo. Porque todo ano, no dia 31 de dezembro, eu parava, ainda que alguns poucos minutos, na frente da TV pra assistir a festa da São Silvestre.
Eu não entendia o que era pace, o
que movia tanta gente, não sabia que era uma corrida de 15km, mas aquilo me
contagiava.
Não comecei a correr pensando nela.
Queria conseguir terminar uma prova de 10km. Em dois meses isso já foi
possível. Comecei a querer sonhar mais alto quando, em setembro de 2009 corri
meus primeiros 15km. Chegamos em casa e meu marido (André) me disse: parabéns,
você correu “uma São Silvestre” hoje.
Fui logo fazendo planos e cogitando
correr a prova. Mas, impossível. Ele estaria de plantão bem na virada do ano.
2010 foi diferente. Já totalmente
envolvidos pelo mundo da corrida, planejamos tudo para corrermos as duas provas
que nos fascinavam: Volta da Pampulha e São Silvestre. Uma pena ambas serem
organizadas pela YESCOM.
Na Pampulha, apesar da largada
absurdamente tarde, fazendo com que vivenciássemos cenas assustadoras de várias
e várias pessoas passando mal, tudo certo.
Já a São Silvestre...
... logo que divulgaram que as
medalhas seriam entregues com os Kits, por motivo de segurança, já tiveram
início as polêmicas. É sério. Aquilo pra mim era o auge da falta de respeito.
Não poderia haver nada pior.
A jornalista Yara Achôa tentou
questionar isso e foi tida como subversiva, como líder de um “movimento” contra
a prova, que ela, aliás, correu, juntamente com amigos, do jeito que deve ser.
Mas essas eram as regras do jogo.
Quem se inscrevesse estaria aceitando as regras. Eu tinha o sonho de correr a
prova, vários amigos iriam, estava tudo programado, não iríamos perder a
oportunidade, apesar da bizarrice de já estarmos com as medalhas.
(foto na retirada de kit, todos com medalhas) |
(foto terminando a Brigadeiro pra entrar na Paulista) |
(foto: a turma que faz tudo valer a pena) |
Ano passado já havia sido ventilada
na internet uma possível mudança no percurso da São Silvestre. Tanto que eu me
lembro, quando fui me inscrever, de perguntar no twitter e alguém me informar
que continuava do mesmo jeito.
Esse ano os rumores se concretizaram
e acabaram com a tradição.
Qualquer outra prova de rua que fosse,
se tivesse uma mudança tão brusca, mas colocasse 2km de descida no fim,
provavelmente agradaria a muitos. Mas a São Silvestre não é qualquer corrida. É
A corrida... é o que temos de mais tradicional em matéria de atletismo.
Mas não adiantava batermos o pé.
Quem manda havia decidido, e seria assim. De novo, valeria a regra do “vai quem
quer”, mas a máxima de que, a partir do momento em que você se inscreve,
sabendo das condições, está aceitando-as.
Sim. De novo o argumento foi a
segurança do corredor. Tão bons eles, né? Tão preocupados conosco, com o nosso
bem estar. Mas hora nenhuma resolveram perguntar a NOSSA opinião a respeito.
Não precisava... mas os nossos
representantes, corredores jornalistas, se reuniram, discutiram a questão,
fizeram um post padrão e publicaram todos em seus blogs esses dias pra trás,
como forma de manifesto. O Cássio Politi também criou uma página no Facebook,
“curtida” por vários e vários corredores contra a mudança de percurso.
Só que a cereja do bolo ainda estava
por vir.
Hoje, há poucos minutos, quase morri
de susto ao ficar sabendo que, mesmo terminando no Ibirapuera, onde a dispersão
é (ou deveria) ser tranqüila e segura para os corredores, as medalhas NOVAMENTE
serão entregues juntamente com a camiseta.
Qual a justificativa agora, já que a
questão da segurança está (ou pelo menos deveria estar) resolvida, com a
mudança de percurso?
Sinceramente, é um jogo de
interesses que eu não entendo, e não estou interessada em entender. Só quem
perde é o corredor, principalmente o amador. Aquelas 20 e tantas mil pessoas
que fazem o espetáculo que é (ou um dia foi) a São Silvestre.
Obrigada, Colucci, por ceder esse
espaço pro meu desabafo, que eu tenho certeza que não vai efetivamente mudar
nada.
Se estão fazendo isso com a São
Silvestre, eu tenho medo de onde tudo isso vai parar....
(foto: se o ano passado fomos palhaços, imagina agora?!) |
Por @jussaratuma
Valeu Ju! Seu desabafo está postado na íntegra.
Tá no regulamento! |
Esse é o Desabafo de uma amiga corredora que assim como muitos dos 20.000 inscritos que nem moram em São Paulo e fazem o planejamento durante o ano todo para quando da ABERTURA das inscrições são Obrigados a engolir o DESCASO dos organizadores.
Infelizmente a Corrida de São Silvestre subiu no telhado.
Quem quiser aderir ao SÃO SILVESTRE 2011 - EU NÃO VOU
é só clicar SIM eu não vou no evento do facebook em
Infelizmente, essa indignação de muitos corredores não vai levar a nada, não tem ninguém que se interesse em defender essa HISTÓRIA, e transformar a Corrida de São Silvestre em um patrimônio histórico da cidade de São Paulo.
Fica aqui o registro da Indignação e VAMOS passar o ano novo na PRAIA com as TVs desligadas. Corrida no iBirapuera tem todo domingo.
#colucci2011
É impressionante o desrespeito da YESCOM e da prefeitura de São Paulo, que pressionou pela mudança por causa da festa da virada. Quanto à medalha, eles nunca se interessaram em premiar quem completa a prova, isso sempre foi uma estratégia para obrigar o corredor a devolver o chip, necessidade essa que acabou com o chip descartável.
ResponderExcluirYESCOM nunca mais.
Abs.
Wagner - @corronarua
http;//corronarua.blogspot.com
Wagner Castro resumiu perfeitamente. Bora todo mundo pra corrida da virada acompanhar Vo2!!!
ResponderExcluirMeu amigo Colucci, estou decepcionado com essa "novidade". Sempre gostei de assistir a São Silvestre, comecei aos poucos a correr como vc bem sabe no ano passado, ainda estou "engatinhando" neste mundo. Ficou triste pois era um "sonho" meu correr um dia esta prova e chegar na Av. Paulista.
ResponderExcluirApoio completamente o seu movimento e não vou assistir este ano a São Silvestre!